Mulheres Matemáticas

Pra quem acha que Matemática é coisa só pra homem, essa página pode ser muito útil.

Muitas mulheres embelezaram essa ciência com seu toque mágico, embora a sociedade não tenha dado a devida consideração.

Os textos dessa página foram retirados ou adaptados do livro "Introdução à História da Matemática", de Howard Eves, edição de 2004, pela Editora Unicamp.

[pág. 479 a 483]



Agnesi
Fonte: es.wikipedia.org

Nascida em Milão (1718), primeira dos 21 filhos dos três casamentos de seu pai, a talentosa e erudita Maria Gaetana Agnesi se notabilizou em muitas áreas, além da matemática. Bastante criança, ela já dominava o latim, o grego, o hebreu, o francês, o espanhol, o alemão e várias outras línguas. Com apenas nove anos de idade teve publicado um discurso seu em latim em que defendia a educação superior para as mulheres. Durante sua infância, o pai (professor de matemática da Universidade de Bolonha) comprazia-se em receber a intelectualidade local para ver Maria conversar com doutos professores, sobre os assuntos que preferissem e em suas línguas.

Quando tinha vinte anos publicou uma coletânea de 190 ensaios que, além da matemática, se ocupavam de lógica, mecânica, hidromecânica, elasticidade, gravitação, mecânica celeste, química, botânica, zoologia e mineralogia (ufa!); ensaios esses resultantes das alegres conversas em casa de seu pai.


Em 1748, com trinta anos, Agnesi publicou um trabalho em dois volumes (escritos em italiano), elaborado inicialmente com a finalidade de servir na formação de um de seus irmãos mais novos que revelava interesse e aptidão para a matemática. É um curso de matemática elementar e avançada estruturado especialmente para jovens. No primeiro volume, aritmética, álgebra, trigonometria, geometria analítica e, principalmente, cálculo (o primeiro texto de cálculo escrito especialmente para jovens); no segundo volume, temos séries infinitas e equações diferenciais. As 1070 páginas da obra constituem uma contribuição notável a educação matemática. Em 1801 apareceu uma tradução inglesa (Analytical Institutions).

Em 1749 o papa Benedito XIV designa Agnesi membro honorário da Universidade de Bolonha, mas ela jamais foi professora dessa instituição.

Agnesi se desagradava muito da notoriedade e por várias vezes tentou entregar-se a uma vida de reclusão; só teve sucesso nisso quando seu pai vem a falecer (1752) e ela passa a dedicar o resto de sua vida a obras de caridade e ao estudo religioso. Em 1771 foi designada diretora de uma instituição beneficente em Milão, onde ficou até sua morte (1799).

Durante sua vida, Maria Gaetana Agnesi ganhou fama como matemática, linguista, filósofa e também sonâmbula (!). Em várias ocasiões, em sonanbulismo, acendia uma lâmpada e ia para sua escrivaninha terminar de resolver os problemas que havia deixado inacabados ao ir deitar-se. Surpreendia-se com o feito pela manhã, ao acordar.

du Châtelet
Fonte: promenadeculturelle.blogspot.com.br

Embora mais uma divulgadora do que uma criadora de matemática, outra que se sobressaiu foi a marquesa du Châtelet (Gabrielle Émilie Tonnelier de Breteuil). Contemporânea de Agnesi, nasceu e morreu na cidade de Paris (1706 a 1749; apenas 43 anos). Além da matemática era física, linguista e uma exímia cravista. Tornou-se popular por sua longa entente cordiale com Voltaire.

Em 1740 escreveu uma obra em que difundiu os pontos de vista de Leibniz. Sua contribuição matemática mais importante foi a primeira tradução francesa dos Principia de Newton, publicação póstuma de 1756, com prefácio de Voltaire e sob a direção de A. C. Clairaut.

Escreveu também vários tratados de filosofia e religião (publicados postumamente) e fez muito para libertar o pensamento francês da dependência do cartesianismo.


gostou? deixe seu comentário! mais novidades em breve...

Nenhum comentário:

Postar um comentário